Vamos mudar a música do bar
Por Danillo Ferreira
Estava participando em Goiânia do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo e aproveitando o encontro, organizamos uma reunião presencial do coletivo Enecos Centro-Oeste. Fomos fazer a reunião em frente à faculdade de (não me lembro), mas em cima da hora decidimos nos reunir em um bar perto dali. Estavam presentes, eu do DF, o Ítalo do Mato Grosso do Sul e do Goiás a Jusceni, o Werten e a Gabriela. Só que a Gabi foi embora antes mesmo de terminar a reunião e perdeu a chance de se divertir muito aquela noite.
Logo após a reunião começamos a conversar sobre a nossa sociedade caótica e louca, cheia de desigualdades, alienada, inconseqüente e principalmente corruptível, em que as principais identidades culturais do país que é o nosso futebol e nosso carnaval são totalmente passíveis da corrupção. Aí você já pode imaginar os discursos inflamados, levando em consideração que já havíamos tomado alguns copos de cerveja... O interessante é que enquanto conversávamos, no som do bar estava passando umas músicas internacionais bem chatas e eu já estava ficando com sono. Quando a atendente veio deixar a cerveja pedi que trocasse a música e colocasse uma coisa mais animada, pedi com a maior gentileza e ela falou que ia trocar, mas não trocou coisa alguma e de repente me vi debatendo com a galera se era a favor da liberalização das drogas ou não, e cheguei a uma conclusão que se a maconha fosse liberada e seu uso fosse devidamente regulamentado não teríamos tantos problemas com o tráfico e também seria mais fácil que crianças não tivessem um acesso tão grande à droga como é hoje.
Novamente a mulher veio até a mesa e novamente pedimos pra mudar a música e dessa vez o Werten quem pediu tentando ser engraçado, mas não teve muito êxito. Nisso o tema da conversa já era a destruição familiar causada pelo uso excessivo de álcool por pais de famílias, o que causa danos irreparáveis à vida de muitas pessoas.
Mais de uma ou duas horas, sei lá há quanto tempo nós ficamos ali naquele bar e ainda estávamos escutando músicas internacionais que já não dava pra agüentar mais. Falamos do uso de armas de fogo, mau salário dos motoristas de ônibus, enfim falamos de tantas coisas que nem me lembro mais.
Entre um debate e outro a mulher vinha trazer a cerveja e mais uma vez tentamos trocar o diabo da música, já tínhamos tentado de tudo, fomos engraçados, tentamos ser políticos, fomos gentis, pedimos com delicadeza e nada da mulher trocar a música. Chegou a um ponto de desistir e aceitar que a gente tinha que escutar aquela música e pronto. Voltei então minha atenção à conversa da galera ali presente.
Depois de expor todas as mazelas de nossa sociedade todos pararam, e surgiu uma pergunta: o que fazer pra mudar toda essa realidade que invade nossas vidas cotidianamente?
Foi então que a conversa chegou a um estágio mais avançado e o povo já tava tramando estratégias para sair dali e mudar radicalmente a sociedade, fazer uma revolução e mudar o mundo. Nesse exato momento olhei pro Werten e disse: “Cara a gente não consegue nem mudar a música do bar. Como vamos mudar a sociedade?”
E o pior de tudo. Fiquei me perguntando se eu desse cinco reais a mulher pra mudar a bendita da música se não teria conseguido escutar até um forró. Pensei em fazer um teste, contudo preferi não ser mais um corrupto. E pior, corrupto de mesa de bar.
Estava participando em Goiânia do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo e aproveitando o encontro, organizamos uma reunião presencial do coletivo Enecos Centro-Oeste. Fomos fazer a reunião em frente à faculdade de (não me lembro), mas em cima da hora decidimos nos reunir em um bar perto dali. Estavam presentes, eu do DF, o Ítalo do Mato Grosso do Sul e do Goiás a Jusceni, o Werten e a Gabriela. Só que a Gabi foi embora antes mesmo de terminar a reunião e perdeu a chance de se divertir muito aquela noite.
Logo após a reunião começamos a conversar sobre a nossa sociedade caótica e louca, cheia de desigualdades, alienada, inconseqüente e principalmente corruptível, em que as principais identidades culturais do país que é o nosso futebol e nosso carnaval são totalmente passíveis da corrupção. Aí você já pode imaginar os discursos inflamados, levando em consideração que já havíamos tomado alguns copos de cerveja... O interessante é que enquanto conversávamos, no som do bar estava passando umas músicas internacionais bem chatas e eu já estava ficando com sono. Quando a atendente veio deixar a cerveja pedi que trocasse a música e colocasse uma coisa mais animada, pedi com a maior gentileza e ela falou que ia trocar, mas não trocou coisa alguma e de repente me vi debatendo com a galera se era a favor da liberalização das drogas ou não, e cheguei a uma conclusão que se a maconha fosse liberada e seu uso fosse devidamente regulamentado não teríamos tantos problemas com o tráfico e também seria mais fácil que crianças não tivessem um acesso tão grande à droga como é hoje.
Novamente a mulher veio até a mesa e novamente pedimos pra mudar a música e dessa vez o Werten quem pediu tentando ser engraçado, mas não teve muito êxito. Nisso o tema da conversa já era a destruição familiar causada pelo uso excessivo de álcool por pais de famílias, o que causa danos irreparáveis à vida de muitas pessoas.
Mais de uma ou duas horas, sei lá há quanto tempo nós ficamos ali naquele bar e ainda estávamos escutando músicas internacionais que já não dava pra agüentar mais. Falamos do uso de armas de fogo, mau salário dos motoristas de ônibus, enfim falamos de tantas coisas que nem me lembro mais.
Entre um debate e outro a mulher vinha trazer a cerveja e mais uma vez tentamos trocar o diabo da música, já tínhamos tentado de tudo, fomos engraçados, tentamos ser políticos, fomos gentis, pedimos com delicadeza e nada da mulher trocar a música. Chegou a um ponto de desistir e aceitar que a gente tinha que escutar aquela música e pronto. Voltei então minha atenção à conversa da galera ali presente.
Depois de expor todas as mazelas de nossa sociedade todos pararam, e surgiu uma pergunta: o que fazer pra mudar toda essa realidade que invade nossas vidas cotidianamente?
Foi então que a conversa chegou a um estágio mais avançado e o povo já tava tramando estratégias para sair dali e mudar radicalmente a sociedade, fazer uma revolução e mudar o mundo. Nesse exato momento olhei pro Werten e disse: “Cara a gente não consegue nem mudar a música do bar. Como vamos mudar a sociedade?”
E o pior de tudo. Fiquei me perguntando se eu desse cinco reais a mulher pra mudar a bendita da música se não teria conseguido escutar até um forró. Pensei em fazer um teste, contudo preferi não ser mais um corrupto. E pior, corrupto de mesa de bar.
2 Comments:
É... difícil ser persuasivo...
By Anonymous, At 12:27 PM
Será que se vocês argumentassem com a atendente o porquê trocar de música ela não o faria, ao invés de somente pedir pra trocar?
By Anonymous, At 4:02 PM
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